Um Dia como Curador: projeto cultural inclusivo no MAVRS

Projeto promove inclusão cultural no MAVRS, em Passo Fundo. Financiado pela Lei Paulo Gustavo, a iniciativa oferece kits acessíveis com audiodescrição e braille, aproximando a comunidade do trabalho curatorial.
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Imagem de folhas em braille ao lado de cartões com descrições de obras de arte, incluindo imagens, títulos, artistas e técnicas, promovendo acessibilidade para pessoas com deficiência visual.
Rafaela Dall Aqua Fachi / Arquivo pessoal

Imagine-se explorando os bastidores de um museu e participando ativamente do processo de decidir como as obras serão exibidas. “Um Dia como Curador” é mais do que uma atividade educativa: é uma forma de experimentar como a curadoria pode tornar a arte acessível e transformadora, conectando pessoas de todas as idades ao impacto cultural.

Desenvolvido no Museu de Artes Visuais Ruth Schneider (MAVRS) e financiado pela Lei Paulo Gustavo, o projeto também é uma homenagem à inclusão. Ele é cuidadosamente estruturado para engajar tanto estudantes quanto educadores e membros da comunidade, oferecendo experiências que conectam a arte à vida cotidiana. Seja você um amante das artes ou um novato, “Um Dia como Curador” promete uma jornada inesquecível rumo ao universo criativo da curadoria.

Uma Experiência Transformadora

Segundo Rafaela Dall Aqua Fachi, idealizadora do projeto, “Um Dia como Curador” visa mais do que apenas ensinar sobre curadoria: “Queremos promover a inclusão e fazer com que as pessoas vejam a arte como algo acessível e parte do cotidiano de todos. É um desafio, mas também uma grande oportunidade de transformação.” O compromisso com a acessibilidade é reforçado pela abordagem inovadora de cada etapa da iniciativa.

O projeto nasceu com o objetivo de desmistificar o trabalho de curadoria e aproximar a comunidade do universo das artes. Por meio de atividades práticas e interativas, os participantes são convidados a explorar as funções do curador, desde a seleção de obras até a criação de narrativas que conectam as peças em uma exposição imaginativa.

O que torna este projeto especial? Além de ensinar sobre curadoria, ele promove um diálogo sobre a diversidade cultural e estimula a autorrepresentação, adaptando-se ao universo visual tão familiar para as novas gerações. A proposta também incentiva a inclusão e o pensamento crítico, conectando as pessoas às artes de forma simples e significativa.

Os kits educativos distribuídos são um dos destaques: cada caixa inclui 25 imagens de obras do acervo do MAVRS com descrições detalhadas, QR codes para audiodescrição e, em versões específicas, materiais em braille. Esses recursos garantem que pessoas com deficiência visual também possam participar plenamente da experiência.

Caixa personalizada com o título "Um Dia Como Curador", parte de um projeto cultural. O design inclui logotipos de apoiadores e detalhes em preto sobre fundo branco.
Rafaela Dall Aqua Fachi / Arquivo pessoal

Mais do que apenas um recurso pedagógico, esses kits representam um compromisso com a acessibilidade, oferecendo experiências inclusivas em diferentes contextos culturais e educacionais.

Como Funciona?

A proposta é simples e poderosa. Com base nos kits, os participantes escolhem cerca de 4 a 5 obras para montar sua própria exposição. Eles refletem sobre elementos como história, visual, cores e movimentos artísticos, exatamente como um curador faria. Além disso, perguntas norteadoras nos materiais instrutivos ajudam a estimular a reflexão e a criatividade.

Para pessoas com baixa visão, os kits em tamanho A4 trazem descrições em braille e QR codes de audiodescrição, garantindo que todos possam usufruir da atividade de forma autônoma. Aproximadamente 20 kits serão direcionados a instituições como a APACE e a APAE, reforçando o compromisso com a inclusão. Cada detalhe foi pensado para que as atividades sejam acessíveis e igualmente enriquecedoras para todos os participantes.

O processo de curadoria envolve mais do que escolhas estéticas: é um mergulho profundo na interpretação e na narrativa. O projeto “Um Dia como Curador” leva os participantes a pensar sobre as relações entre as obras, criando conexões baseadas em histórias, épocas, estilos artísticos e muito mais. Essa abordagem não apenas educa, mas também desperta um novo olhar sobre a arte e suas possibilidades.

Os Profissionais Envolvidos

O sucesso deste projeto é fruto do trabalho dedicado de uma equipe comprometida com a inclusão e a educação cultural. Rafaela Dall Aqua Fachi, idealizadora do projeto, atua como oficineira e curadora, liderando as atividades e garantindo que cada detalhe seja implementado com qualidade. Patrícia Gueller Vivian contribui como oficineira e fotografa, capturando os momentos e traduzindo visualmente a essência do projeto.

Na edição e social media, Micaella Freires Scheffer desempenha um papel crucial ao preparar os materiais para distribuição e divulgar o projeto em redes sociais, ampliando seu alcance. Robson Flores, descritor de imagens, é responsável por tornar as obras acessíveis a partir de descrições detalhadas que garantem uma experiência inclusiva. Everton Souza, associado da APACE e pessoa com deficiência visual, desempenhou um papel fundamental na construção e revisão das audiodescrições, além de produzir as descrições em braille que garantem a autonomia de diversos participantes.

Essa equipe multidisciplinar demonstra que a colaboração é essencial para criar iniciativas transformadoras que realmente atendam às necessidades de diferentes públicos.

Um Impacto Duradouro

Para Patricia Gueller Vivian, fotógrafa e oficineira, “a experiência de criar algo que transcende os limites do museu e alcança diferentes públicos é única. Ver a interação das pessoas com os kits educativos é emocionante, pois ali está o verdadeiro impacto do nosso trabalho.”

A distribuição de 170 kits é apenas o começo. A maior parte será destinada a escolas municipais e estaduais de Passo Fundo, priorizando aquelas em bairros afastados. Outras unidades serão enviadas a ONGs e instituições culturais da região, promovendo o acesso à arte em ambientes formais e não formais. Essa expansão assegura que o impacto do projeto se estenda para além dos muros do MAVRS, alcançando comunidades que muitas vezes têm pouco ou nenhum contato com o universo museológico.

Ana, uma das participantes, compartilhou: “Nunca imaginei que o trabalho de curadoria fosse tão complexo e criativo. Escolher as obras e pensar na disposição delas foi uma experiência única. Saber que o projeto também inclui recursos para pessoas com deficiência visual me deixou ainda mais inspirada.”

Esses depoimentos reforçam como o projeto vai além do ensino, deixando um impacto emocional e social duradouro nos participantes.

O Papel da Lei Paulo Gustavo

A Lei Paulo Gustavo é um marco para o financiamento de iniciativas culturais em todo o Brasil. Criada para apoiar projetos que promovam a cultura e a inclusão, ela disponibiliza recursos que ajudam a tornar ideias como “Um Dia como Curador” realidade. Essa legislação é especialmente voltada para fomentar atividades culturais em municípios, garantindo que os recursos cheguem a diversas regiões e beneficiem comunidades que, muitas vezes, têm pouco acesso a investimentos culturais.

No caso deste projeto, os fundos da Lei Paulo Gustavo permitiram a produção de kits educativos com descrições em braille, audiodescrição e materiais visuais adaptados, além de apoiar a realização de eventos inclusivos em Passo Fundo. Graças a essa legislação, foi possível construir um modelo de curadoria acessível e transformador, impactando milhares de pessoas e promovendo a democratização da arte.

Inclusão e Educação

A Lei Paulo Gustavo foi essencial para viabilizar este projeto inovador, mostrando como investimentos em cultura podem transformar comunidades. A colaboração entre o MAVRS e instituições como a APACE é um exemplo prático de como a gestão cultural pode ser inclusiva e acessível.

Essa parceria também demonstra o potencial de iniciativas culturais que priorizam a diversidade e a inclusão. Com medidas de acessibilidade como audiodescrição, braille e linguagem simples, o projeto quebra barreiras e convida todos a participarem ativamente.

Participe!

“Um Dia como Curador” não é apenas uma experiência educativa; é uma oportunidade de repensar nossa relação com a arte e a cultura. Se você ainda não teve a chance de participar, fique atento ao lançamento oficial nos espaços culturais de Passo Fundo. Haverá eventos especiais que marcarão o início desta jornada transformadora, permitindo que ainda mais pessoas possam se engajar com a arte de maneira inclusiva e criativa.

E você, como criaria sua exposição ideal? Quais obras escolheria e por quê? Compartilhe suas ideias conosco e venha fazer parte dessa transformação cultural! Afinal, a arte é um patrimônio de todos, e projetos como este mostram que ela também pode ser um caminho para a inclusão e a reflexão coletiva.

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